segunda-feira, 27 de junho de 2011

Parada Gay reúne milhares na Avenida Paulista

SÃO PAULO - A festa para o début de 15 anos da Parada Gay de São Paulo, que reuniu 4,5 milhões de pessoas neste domingo, segundo a organização, foi marcada por discursos políticos a favor da criminalização da homofobia, arrastões e assaltos contra os participantes, regidos por uma música eletrônica que parecia incitar um ritual etílico que dominava todo o trajeto. Para comemorar a data, os organizadores ainda buscaram o improvável: colocar todo o público para dançar ao som de "Danúbio Azul".

A valsa, no entanto, só conseguiu ganhar seguidores quando entoada em altos decibéis num ritmo de techno-house-tribal, bem ao estilo das baladas gays em todo o mundo. A intenção era entrar para o Guiness Book como a valsa dançada pelo maior número de casais, o que não havia se confirmado até ontem à noite. Ainda em relação ao número de participantes, a Polícia Militar informou que não faria projeção oficial, deixando o dado a cargo dos organizadores.

FOTOGALERIA:Cores e multidão na Avenida Paulista

Não fosse o engajamento político de um ou outro que estava em cima de um dos 15 trios elétricos, a discussão em torno do projeto de lei 122, que torna crime a homofobia, teria passado batida. Muitos participantes sequer tinham ideia dos efeitos da decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF), que, juridicamente, tornou possível a união homoafetiva.

- Sei lá que projeto é esse. Estou aqui só para dançar e zoar - dizia Carmem Fernandez, 27 anos, mais interessada em entrar e sair debaixo da bandeira de arco-íris que seguia a marcha.

Assim como já foi registrado em outros anos, os homossexuais também enfrentaram a ação de criminosos. O policiamento ostensivo, com 1.500 homens, não conseguiu conter arrastões isolados na Parada. Ao longo do trajeto, grupos de até 20 jovens, alguns aparentemente adolescentes, passavam pela multidão levando mochilas e telefones celulares. Depois da ação, se dispersavam na multidão. O GLOBO presenciou dois arrastões, um ainda na Avenida Paulista, concentração da parada, e outro quando os trios elétricos já desciam a Rua da Consolação.

Fernando Luz, de 17 anos, chorava ao lado de um amigo porque um grupo de assaltantes havia levado sua carteira com R$ 17 e um celular pré-pago.

- Quando eu percebi, já tinham me empurrado no chão e arrancado a carteira e o celular da minha mão. Foi um bando de pivete - disse ele, que continuaria no evento até o final.

Um dos bandos agiu próximo ao Conjunto Nacional, perto das 15h. Algumas garotas também integravam a quadrilha. Duas delas esbarraram em um grupo de adolescentes que, ao virarem para saber o que havia acontecido, foram surpreendidos pela ação de mais de 10 jovens.

A Polícia Militar informou que não recebeu queixas formais de arrastão na área. A organização da Parada informou que, infelizmente, grupos de deliquentes se misturam à multidão para "criar problemas".

Eleita a primeira diva da Parada Gay de São Paulo, a cantora Preta Gil abriu a 15ª edição do evento pedindo respeito à diversidade. Em coletiva à imprensa, ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), do prefeito Gilberto Kassab (PSD) e da senadora Marta Suplicy (PT-SP), Preta pregou a criminalização da homofobia. Com bom humor, usando vestido todo bordado em cristais, a cantora disparou:

- Eu sou uma travesti que já nasceu operada. E estou aqui muito honrada de ser primeira diva da Parada, por isso já vim toda trabalhada no brilho porque sou uma drag debutante, com muita honra, humildade e emoção - disse ela, lembrando da trajetória do pai, o cantor Gilberto Gil, nos anos 70. - Sou filha do tropicalismo. Quando exilados, meu pai e minha mãe foram torturados por não expressar sua música. Sou filha da liberdade e acredito na diversidade e na inclusão. Sempre fui militante da causa.

Além da criminalização da homofobia, os grupos gays querem também a aprovação da união civil no Congresso Nacional. O presidente da Associação de Gays Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros (ABLGT), Toni Reis, disse querer lançar um movimento na sociedade para pressionar o Congresso a acompanhar a decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

- Não é nenhuma ameaça, mas, se nada for feito no Congresso, vamos trabalhar para entrar com ações para que os projetos a favor dos homossexuais que tramitam no Congresso sejam vistos com prioridade _ disse Reis, que levantou números sobre as condições dos gays pelo mundo. - Sete países têm pena de morte para homossexuais e 75 criminalizam a homossexualidade. Além disso, 260 pessoas foram assassinadas no país no ano passado.

A senadora Marta Suplicy disse que está tentando um acordo no Congresso para mudar o número do projeto de lei 122, que criminaliza a homofobia. Segundo ela, a medida já foi "demonizada" por setores da sociedade e uma mudança poderia fazer com que tivesse maior facilidade de aprovação no Congresso. A petista criticou a atuação do Legislativo em questões relativas aos direitos dos homossexuais.

- O Congresso Nacional se apequenou e se acovardou nos últimos anos em relação aos direitos dos homossexuais. Muitas pessoas já veem o diabo quando escutam o número 122. Por isso estou tentando um acordo no Congresso para mudar esse nome. O conteúdo teria poucas alterações - disse Marta.

O governador Geraldo Alckmin disse que os ministros do Supremo ouviram a voz da sociedade:

- Essa decisão do STF só foi possível graças à consciência de uma sociedade sobre os direitos das pessoas.

Para o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, a cidade sempre esteve pronta para receber o evento.

- São Paulo é uma cidade cidadã, e aqui prevalece a diversidade e a cidadania _ disse ele, lembrando que a Parada deve render receita de R$ 175 milhões ao município.

Cartazes da Parada Gay com santos musculosos causam polêmica com a Igreja Católica


Foto de Flávio Freire, O Globo

SÃO PAULO - A Parada Gay, que reuniu cerca de 4 milhões de pessoas neste domingo em São Paulo, causou polêmica com a Igreja Católica. Na decoração da festa, numa campanha pelo uso da camisinha, foram usados cartazes com santos de corpos musculosos. Os cartazes foram colocados ao longo da Avenida Paulista, palco principal da festa, que ganhou também as cores do arco-íris.

- Isso ofende profundamente, fere o sentimento religioso do povo. O uso debochado da imagem dos santos é ofensivo e desrespeitoso, o que nós desaprovamos - disse o cardeal dom Odilo Scherer.

A festa foi marcada por discursos políticos a favor da criminalização da homofobia, arrastões e assaltos contra os participantes, regidos por uma música eletrônica que parecia incitar um ritual etílico que dominava todo o trajeto. Para comemorar a data, os organizadores ainda buscaram o improvável: colocar todo o público para dançar ao som de "Danúbio Azul".

A valsa, no entanto, só conseguiu ganhar seguidores quando entoada em altos decibéis num ritmo de techno-house-tribal, bem ao estilo das baladas gays em todo o mundo. A intenção era entrar para o Guiness Book como a valsa dançada pelo maior número de casais, o que não havia se confirmado até ontem à noite. Ainda em relação ao número de participantes, a Polícia Militar informou que não faria projeção oficial, deixando o dado a cargo dos organizadores.

Não fosse o engajamento político de um ou outro que estava em cima de um dos 15 trios elétricos, a discussão em torno do projeto de lei 122, que torna crime a homofobia, teria passado batida. Muitos participantes sequer tinham ideia dos efeitos da decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF), que, juridicamente, tornou possível a união homoafetiva.

- Sei lá que projeto é esse. Estou aqui só para dançar e zoar - dizia Carmem Fernandez, 27 anos, mais interessada em entrar e sair debaixo da bandeira de arco-íris que seguia a marcha.

Eleita a primeira diva da Parada Gay de São Paulo, a cantora Preta Gil abriu a 15ª edição do evento pedindo respeito à diversidade. Em coletiva à imprensa, ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), do prefeito Gilberto Kassab (PSD) e da senadora Marta Suplicy (PT-SP), Preta pregou a criminalização da homofobia. Com bom humor, usando vestido todo bordado em cristais, a cantora disparou:

- Eu sou uma travesti que já nasceu operada. E estou aqui muito honrada de ser primeira diva da Parada, por isso já vim toda trabalhada no brilho porque sou uma drag debutante, com muita honra, humildade e emoção - disse ela, lembrando da trajetória do pai, o cantor Gilberto Gil, nos anos 70.

Sou filha do tropicalismo. Quando exilados, meu pai e minha mãe foram torturados por não expressar sua música. Sou filha da liberdade e acredito na diversidade e na inclusão. Sempre fui militante da causa.

COMENTÁRIO:

É esse tipo de gente que, quando for aprovada a PLC 122 vai entrar nas igrejas e fazer baixarias como as que estão fazendo nas ruas, nem os santos católicos eles respeitam, imaginem o que irão fazer dentro das igrejas.

Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem. Romanos 1:32

A palavra de DEUS é bem clara, não é só os que praticam tais abominações, mas tambem aqueles que aprovam, que serão culpados.

http://oglobo.globo.com/cidades/sp/mat/2011/06/26/parada-gay-reune-milhares-na-avenida-paulista-924768511.asp

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